A Evolução da Iluminação na Cidade do Rio de Janeiro.
Da chama vacilante às luzes inteligentes que redesenham a noite carioca.
A iluminação pública do Rio de Janeiro, embora seja hoje parte natural do cotidiano foi, ao longo dos séculos, um verdadeiro termômetro do progresso urbano. Desde os lampiões de óleo de baleia do período colonial até as luminárias LED controladas por sensores. Cada mudança tecnológica revelou novas camadas da relação entre cidade, modernidade e segurança. Assim, o livro A Evolução da Iluminação na Cidade do Rio de Janeiro convida o leitor a percorrer uma linha do tempo iluminada por histórias, curiosidades e transformações.
🕯️ Do clarão frágil ao status de capital imperial
Primeiramente, a obra apresenta os anos 1760‑1830, quando a Corte portuguesa ainda não ocupava o Brasil e a iluminação era responsabilidade de particulares. Entretanto, a chegada da família real em 1808 alterou gradualmente essa realidade. Decretos criavam regras para candeeiros, e a necessidade de ostentar um centro administrativo digno impulsionou investimentos ― conferindo, por consequência, certo prestígio à então capital.
🔥 O “petróleo do século XIX”: lampiões a gás
Em seguida, o autor aborda 1854, ano em que o Rio inaugurou sua primeira rede de gás de hulha, trazendo lampiões que não somente ampliaram a sensação de segurança, como também estimularam a vida noturna nos cafés da Rua do Ouvidor. Ao mesmo tempo, denúncias de vazamentos e o forte odor do carvão revelam o lado obscuro da modernização.
⚡ A eletricidade como espetáculo
Posteriormente, a narrativa mergulha na febre elétrica de 1907‑1910. A Light & Power, concessionária canadense, instalou luminárias de arco voltaico que, por um lado, transformaram avenidas como a Central do Brasil em vitrines de modernidade; por outro, expuseram tensões sociais, pois bairros periféricos permaneceram às escuras. Desse modo, o livro enquadra a iluminação como indicador de desigualdade urbana.
💡 Do vapor de mercúrio ao LED: inovação e sustentabilidade
Passando pelos postes fluorescentes dos anos 1960, bem como pelas lâmpadas de vapor de sódio que tingiram as vias de laranja nos anos 1980, a obra chega ao século XXI. Nessa fase, destaca‑se o programa Rio LED, que não só reduziu o consumo energético em até 50 %, como também abriu caminho para soluções “smart city”: sensores de presença, telegestão e redução da poluição luminosa. Consequentemente, a iluminação torna‑se ferramenta de turismo, arte e segurança integrada.
🌃 Cidade iluminada, memória preservada
Além disso, cada capítulo intercala fotografias raras, anúncios de época e mapas que mostram como a expansão da luz moldou rotas de bondes, inauguração de cinemas e até zonas boêmias. Dessa forma, o livro não se limita à técnica; ele costura a iluminação à vida cultural carioca ― do brilho dos desfiles na Cinelândia às serenatas na Lapa.
✨ Por que ler?
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Rigor histórico aliado a linguagem fluida.
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Fontes primárias: editais, jornais e projetos urbanísticos pouco divulgados.
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Contexto socioeconômico que liga infraestrutura a cidadania.
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Galeria iconográfica que faz o leitor “ver” o passado em cores de época.
🔎 Para quem é?
Estudiosos de história urbana, arquitetos, profissionais de iluminação pública, guias turísticos, apaixonados por Rio Antigo e curiosos que desejam entender como, passo a passo, a cidade trocou a penumbra colonial pelo brilho contemporâneo.
🌟 Conclusão
A Evolução da Iluminação na Cidade do Rio de Janeiro demonstra, por fim, que acender uma lâmpada sempre significou muito mais do que clarear ruas: é iluminar narrativas de poder, arte e pertencimento. Portanto, ler esta obra é, literalmente, lançar luz sobre as tramas que forjaram a noite carioca ― e reconhecer que, enquanto houver cidade, novas tecnologias continuarão a reescrever o roteiro luminoso do Rio.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_de_Eletricidade_do_Estado_do_Rio_de_Janeiro