O comandante Vasco Moscoso de Aragão, declarou, então, aos sessenta anos que estava cansado de navegar mundo afora e que veio para ficar.
Ele logo se tornou, portanto, uma figura de destaque na comunidade local. Composta quase exclusivamente de aposentados, encantando a todos com seus relatos de aventuras românticas e exóticas. Ou, pelo menos, quase todos.
No entanto, um grupo de cidadãos, enciumados com o prestígio do recém-chegado, questionou a veracidade das histórias. E, além disso, até mesmo sua condição de comandante. O fiscal aposentado Chico Pacheco, líder dos questionadores, empreendeu uma investigação implacável em Salvador e, assim, voltou com a bombástica notícia de que Aragão era uma fraude, que ele não passava de um velho boêmio que torrou nos bordéis e cabarés o patrimônio do avô português, comerciante de secos e molhados. Revelou, ainda, que Aragão havia obtido seu título de capitão-de-longo-curso por meio de corrupção e malandragem.
Portanto, quem estará com a razão? O comandante ou seus detratores?
Finalmente, o tira-teima definitivo se apresentou na forma de uma última missão para a qual o comandante foi convocado: levar ao porto de chegada um navio cujo capitão morreu em alto-mar.
Os velhos marinheiros
Publicado originalmente em 1961, no volume Os velhos marinheiros – Duas histórias do cais da Bahia, o romance incluía a novela A morte e a morte de Quincas Berro Dágua. Este e-book não contém, portanto, as imagens presentes na edição impressa.
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Velhos_Marinheiros_ou_o_Capit%C3%A3o_de_Longo_Curso
