D. Teresa A primeira Rainha de Portugal – Mãe de D. Afonso Henriques, e, assim, desempenhou um papel fundamental na História portuguesa. Contudo, sua vida é, infelizmente, pouco conhecida. Além disso, o que se sabe sobre ela tem sido frequentemente distorcido por interesses políticos e preconceitos ancestrais. Descendente de nobres portucalenses, incluindo a poderosa Mumadona de Guimarães, D. Teresa, ao casar-se com Henrique de Borgonha, recebeu, como dote, os ricos e estratégicos territórios a sul do Minho. Esses territórios foram, de fato, a base da origem do Portugal atual.
Após se tornar viúva aos vinte e cinco anos com três filhos pequenos, ela enfrentou um período de dez anos de governo autónomo e proveitoso. Durante esse tempo, D. Teresa soube, de maneira eficaz, ganhar o apoio dos colaboradores de seu marido, como Egas Moniz. Além disso, ela conseguiu repelir os ataques muçulmanos a Coimbra e vencer mais de uma vez, seja pela astúcia ou pelas armas.
Além disso, a sua meia-irmã, a rainha Urraca de Castela, é um caso único na História ocidental. Neste contexto, é notável como uma mulher conseguiu colocar-se à frente de um regnum, algo até então inexistente, e exercer o poder com o mesmo desembaraço que os homens. Em 1116, o Papa Pascoal II reconheceu-lhe formalmente o título de Rainha de Portugal.
No entanto, a sua relação política e sentimental com o conde Fernando Pérez de Trava desencadeou a rejeição daqueles que, baseados numa tradição milenar, consideravam que o governo era algo perigoso, ou até mesmo, diabólico. Este confronto culminaria em 1128 com a lendária batalha de São Mamede, na qual D. Teresa foi derrotada pelas forças partidárias de seu filho e herdeiro. Este é, portanto, a primeira narrativa da extraordinária vida de uma das governantes mais originais, inteligentes e empenhadas da Idade Média.